Sou conhecida por todos. Sirvo para ensinar e também para aprender. Posso tornar-me chata ou até muito educativa.
Quem me frequenta sabe como sou.
Os de fora querem distância, mas também… quem é que gosta de estar sentado a ouvir um professor ou a olhar para um quadro?
Mas faço uma pergunta. Acham que eu gosto de estar parada, não conseguir mexer-me e estar desde o dia em que nasci de pé?
Se eu pudesse andar, não cá estava, pois adoraria conhecer o que está à minha volta.
Mas não posso, tenho de estar ao dispor de toda a gente, tanto os que me adoram como os que me odeiam.
Porquê? Não sei, porque não fui eu a escolher a minha vida. Estou simplesmente aqui porque sim. Não sou respeitada e isto faz-me ver que não ganho nem perco nada. Ou será que perco? Bem, perderia o sorriso das pessoas que cá entram pela primeira vez. E ganhar, ganho insultos, mas também o esforço daqueles que serem ser os melhores.
Apesar disto tudo de uma certa forma não deixo de imaginar o mundo à minha volta.
Depois começo a chorar e apetece-me largar tudo e sair mundo fora.
Mas assim seria egoísta e por isso fico, só sei que não irei cá ficar para sempre, porque um dia irei desaparecer. Mas felizmente ficarei na memória daqueles que por cá passaram a até daqueles que sempre quiseram a distância. Mas não faz mal.
Sei que p’ra algo servi assim posso ir-me contente e levarei na memória todos que um dia olharam para mim e disseram:
“Um dia irei cá entrar e ser um dos melhores”.
E digo aos que estas palavras disseram estão guardados no meu pequeno coração.