3º Classificado
Texto nº 6
Titulo:O Sonho
Inês Filipa Ferreira Costa
32 Pontos
Sempre foi uma rapariguita reguila e não parava quieta, mas naquele dia estava diferente... Entrou naquele local que até então lhe era desconhecido, fez pontaria com o pé direito ao entrar, talvez achasse que assim ia ter sorte.
Subiu as escadas e foi caminhando, a passos lentos de vergonha e receio, até chegar a um recinto rodeado por quatro pavilhões, achou o lugar onde estava enorme, nunca tinha pensado que fosse assim.
Agarrada à mão da sua mãe, escondendo a cara de todos os desconhecidos, lá avistou alguns dos seus amigos da primária, ela sabia que estavam todos juntos, na mesma turma, mas isso não a tranquilizava muito naquele dia.
Quando chegou a hora de ir para a sala de aula e já só estava rodeada dos seus colegas, muitos deles já conhecidos, o receio pareceu ter-se ido esconder num cantinho da sala bem longe do local de onde ela estava e sentiu-se mais à vontade, afinal aquele ambiente era-lhe familiar, não podia ser tudo assim tão diferente como ela imaginara. E, no fim desse dia, ela sentia-se feliz e ansiosa por voltar aquele lugar, que tantos pesadelos lhe tinha causado, os seus pesadelos tinham acabado de se transformar num lindo sonho!
Os dias foram passando e sempre que voltava aquele lugar já não queria sair de lá, era bom estar ali!
Algum tempo depois, quando já conhecia quase todos os cantinhos do seu sonho, ela começou a deparar-se com situações que a desiludiram, as crianças tinham medo de ir para lá, por causa dos assaltos e “guerrilhas” que os alunos faziam uns com os outros, os pais tinham medo de deixar os filhos na escola, pois nunca se sabia quem iria ser a “vitima” destes desacatos, a televisão e os jornais falavam mal daquele lugar que ela tanto amava, estavam a tentar destruir o seu sonho, mas isso não podia acontecer e mesmo estando rodeada de pessoas que achavam aquele lugar horripilante ela não desperdiçava uma oportunidade para dizer bem dele.
Felizmente, o seu sonho foi salvo devido á humildade, força e coragem de outros que como ela não queria ver aquele sonho estragado! Era um sonho tão bom, para quê estragá-lo?!
E é a isso que inicialmente era um pesadelo, depois passou a ser um sonho e seguidamente um sonho prestes a desmoronar-se a que ela hoje chama com muito orgulho a sua escola, que continua a ser um sonho tão forte que nunca se desmoronará, foi aí que além de aprender a matéria leccionada pelos professores na aula ela aprendeu a amar, a lutar, a sorrir e a continuar a sonhar.
Essa rapariga sou eu, mas tenho a certeza que existem muitas pessoas que tal como eu fazem parte desta história e que são, tal como eu a rapariga sonhadora, alegre e feliz que o aprendeu a ser nesse local, a escola E.B 2/3 Bartolomeu Dias.